sexta-feira, 28 de maio de 2010

Aventure-se. Colha Amoras?


Porque não colher amoras?
Será que sua vida foi perdida em qual momento?
Você dá graça a sua vida?
Aventure-se. Colha Amoras?

Colher amoras e pegar sonhos não vividos.
Brincar com inimaginável.
Dar gargalhadas.
Comer nuvens de algodão doce.
Ver bochechas rosadas.
Nadar nas pinceladas verdes do aquario.
Colha amores, colha amoras!

Viviane Carmo

-*-

Quando era criança, gostava de colher amoras com minha irmã. Na verdade pouco colhiamos, já que todas iam direto para a boca. Nessa época não preocupavamos se estava limpo, só viviamos aquele momento. Ahhh se aquele pé de amora existisse. Aquele pé tinha um visinho, O limoeiro. Esse sim, castigávamos pois achávamos que dele poderiamos subir, subir e quem sabe pegar nuvens de algodão doce.

O limoeiro com seus frutos verdes e sádios. Como era difícil desviar de tantos espinhos, mas subiamos e ali ficávamos eu e ela, ela e eu durante horas, minutos, segundos. Sonhando com os sonhos. Criando e vivendo.

Mas nada comparado com o pé de Amora. Uma vez ao ano, ela dava frutos doces, pequenos e delicados. As pontas dos dedos denunciava nossa colheita, ficavam rosadas, roxas e muitas vezes adocicada.

Saudade do quintal da minha casa, onde podiamos ser tudo. Eu e minha pequena notável. Será sempre assim que lembrarei dela, seus cabelo liso, louro, pouco que quando encontrava o vento soltava-se no ar. E naquele céu azul com nuvens brancas que tinham formas variadas.

Na casa onde cresci não era nova, não era velha. Era a casa que eu cresci. Suas paredes tinham marcas do tempo, marcas dela e minhas. Quando sai, sentia falta daquelas marcas, daquelas paredes, daquela história. Ali criamos sonhos, colhemos amoras, andamos descalço e desbravamos o nosso mundo.

Mamãe brava ensinava sobre os valores, aprendemos! Eu e ela, ela e eu.
Papai ficava danado com nossas escrituras, e obedecemos! Eu e ela, ela e eu.
Irmã mais velha tentava, mas não respeitavamos, nem eu e nem ela, nem ela e nem eu.

Por isso, Colha amoras, colha lembranças.

Nenhum comentário:

Postar um comentário